Bem-vindos ao Cinema & Consciência, um novo espaço para a difusão e a discussão do cinema brasileiro e internacional. Vamos falar de filmes ou documentários, discutir ética e estética do cinema, com enfoque nas pessoas, nos temas e nos fatos. Os comentários dos visitantes serão sempre bem-vindos.

Todos os textos neste blog são de autoria de Mário Luna, salvo aqueles em que a fonte for mencionada.
Críticas construtivas e sugestões em geral, envie e-mail para este blogger: cinemaconsciencia@gmail.com

"Não acredite em nada que ler ou ouvir neste blog. Reflita. Tenha as suas próprias opiniões e conclusões"





sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Retrospectiva Abbas Kiarostami

Onde Fica a Casa do Meu Amigo ? (1987)
O garoto Ahmad, ao fazer seu dever de casa, percebe que pegou o caderno de seu amigo por engano. Sabendo que o professor exige que as tarefas sejam feitas no caderno, escapa das vistas de sua mãe e parte em busca do colega. Ele vai até uma vila nos arredores com o intuito de encontrá-lo para devolver o caderno. Chegando lá, encontra-se com diversos moradores e vivencia o dia-a-dia de cada um num ritmo extremamente real.  A lição de princípios que este filme nos dá é o ponto alto da obra.






Close-up(1990)
A história de Hossain Sabzian, um jovem e modesto empregado de uma tipografia que é também um cinéfilo apaixonado pela obra do realizador Mohsen Makhmalbaf. Hossain Sabzian se faz passar pelo diretor junto a uma família. Quando a sua farsa é descoberta, ele é preso e julgado por tentativa de fraude. Kiarostami visitou Sabzian na prisão e obteve permissão para filmar o seu julgamento.







E a Vida Continua (1992)
Kiarostami mostra as consequências de um terremoto que dizimou parte da população de uma cidade no norte do Irã. Um diretor de cinema e seu filho partem de carro para o local da catástrofe. Propositalmente, ele retorna oa local onde filmou Onde Fica a Casa do Meu Amigo? e  filho do diretor conhece um dos personagens do filme. Acompanhamos o percurso feito pela dupla de protagonistas no local do terremoto e descobrimos que a vida continua. A população está recolhendo escombros, reconstruindo casas, refazendo a vida, sem que, emocionalmente, tenhamos qualquer indício da catástrofe.





Através das Oliveiras (1994)
Um cineasta filma no interior do Irã, numa região marcada pela pobreza e por um terremoto. Paciente, ele conversa com as pessoas e se interessa pelos pequenos dramas de todos. Os atores são recrutados entre os habitantes e o final das filmagens acaba retardado porque dois dos selecionados não conseguem repetir as falas de uma cena banal. O jovem está apaixonado pela atriz e, no fundo, ele erra as falas para retardar a separação dos dois. Nos intervalos, implora que ela se case com ele e, quando o diretor encerra os trabalhos, ele tem os últimos instantes para conquistá-la.




Gosto de Cereja (1997)
Badii é um senhor amargurado que quer cometer suicídio, mas para fazer isso quer que alguém o ajude - como enterrá-lo no local adequado, por exemplo. Todos se recusam por várias diferentes razões, até que encontra um turco que também tentou se suicidar no passado. O filme, embora a figura da morte permeia todas as cenas, paradoxalmente, é uma celebração á vida.








O Vento Nos Levará (1999)
Munido de câmera fotográfica e telefone celular, um estrangeiro no Irã profundo é tratado pelos moradores da vila de casas de barro Siah Dareh, no Curdistão iraniano, como o “engenheiro”. No entanto, ele não chegou de Teerã a serviço da engenharia, mas da espera. O real motivo da viagem é uma anciã à beira da morte.








"A primeira geração de cineastas, de quando nasceu o cinema, olhava a vida e fazia filmes. A segunda olhava para esses filmes e para a vida e fazia filmes. A terceira voltava seus olhos para os filmes até então feitos para fazer seus próprios filmes. A quarta, que é a nossa, não olha nem para os filmes nem para a vida para fazer seus filmes. Essa geração só vê o que é possível fazer em termos de efeitos e tecnologia" ABBAS KIAROSTAMI

Quando Abbas Kiarostamis faz seus filmes, ele quer pertencer à primeira geração de cineastas... e consegue com maestria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário