Bem-vindos ao Cinema & Consciência, um novo espaço para a difusão e a discussão do cinema brasileiro e internacional. Vamos falar de filmes ou documentários, discutir ética e estética do cinema, com enfoque nas pessoas, nos temas e nos fatos. Os comentários dos visitantes serão sempre bem-vindos.

Todos os textos neste blog são de autoria de Mário Luna, salvo aqueles em que a fonte for mencionada.
Críticas construtivas e sugestões em geral, envie e-mail para este blogger: cinemaconsciencia@gmail.com

"Não acredite em nada que ler ou ouvir neste blog. Reflita. Tenha as suas próprias opiniões e conclusões"





domingo, 24 de janeiro de 2010

Pais Desequilibrados, Filhos Condenados


Alienação parental é o ato do genitor ou genitora, após a separação conjugal, afastar os filhos do ex-companheiro (a), com a intenção de desgastar a imagem e desacreditá-lo (la) moralmente diante dos filhos. Os interesses são inúmeros, como limitar o contato da criança não apenas com o genitor(a) alienado, mas também com toda a família dele ou dela, fazer a criança pensar que foi abandonada e, portanto, rejeitada, pressionar a criança para escolher entre um genitor e outro, criar a impressão de que o genitor(a) alienado é perigoso, evitar mencionar o nome do genitor(a) alienado dentro de casa ou qualquer comentário relativo a ele ou ela, desvalorizar hábitos, costumes, idéias, lembranças, gestos, amigos e parentes do genitor (a) alienado, entre muitos outros.

A estratégia empreendida pelo pai ou mãe alienador não é só maldosa e desonesta para com o ex-companheiro(a) e cruel para com os filhos, pelo alto grau de egoísmo na razão do alienador, como também extremamente ardilosa, por utilizar técnicas e táticas complexas de destruição da imagem e afastamento dos filhos que, obviamente, são os maiores prejudicados. Mas o pai ou mãe alienador está imbuído demais em investir em punições a ex-companheiros(as) e a pôr em práticas seus planos diabólicos, movido por satisfações malévolas e arroubos de um ego estragado e uma mente emocionalmente desequilibrada, para enxergar a verdade além de si mesmos e entender a separação de uma maneira menos revanchista. Para resgatar o que ele ou ela entende equivocadamente por amor próprio e dignidade, ele ou ela não hesitará em usar os filhos como escudo.

A alienação parental é um ato de covardia que desafia até a determinação da justiça, que dá ao ex-companheiro(a) o direito de ver os filhos depois da separação. Para a criança, a visita do pai ou da mãe pode lhe causar alguns dissabores após o encontro, como punições veladas caso a criança expresse satisfação em ver o pai ou a mãe na visita, conflitos com o pai ou mãe alienador, interrogatórios após as visitas, terrorismos subliminares, culpas caso a criança tenha um bom relacionamento com o pai ou a mãe alienado. E os efeitos de uma mente doentia não ficam por aí. Na convivência diária, é comum o pai ou a mãe alienador investir na reeducação parental dos filhos muitas vezes obrigando-os a chamar de pai ou mãe o padrasto e a madrasta, além de forçá-los a usar o primeiro nome ao se referir ao pai ou mãe biológico.

O contato da criança com o pai ou mãe alienado se torna um tormento. Telefonemas, cartas, e-mails, ou qualquer outro tipo de correspondência se torna insistentemente fiscalizado e uma verdadeira administração de ditadura se instala na casa do alienador. As visitas são monitoradas, rigidamente controladas e, em alguns casos, maldosamente abreviadas. A fantasia criada com o intuito de destruir a imagem do pai ou mãe alienado é tão forte e desonesta que muitas vezes, já grandes, quando os filhos descobrem a verdade sobre seus pais ou mães biológicos, prejudicados pela alienação, é comum haver rompimentos de relação com o pai ou mãe alienador, tal é a revolta sentida pelos filhos, gerada por anos de enganação e sofrimento.

O documentário A Morte Inventada é um belo trabalho do diretor Alan Minas, que revela o drama de pais e filhos que tiveram seus elos rompidos por uma separação conjugal mal conduzida. Os pais testemunham seus sentimentos diante da distância por anos de afastamento de seus filhos. Os filhos que na infância sofreram com esse tipo de abuso revelam de forma dramática como a alienação parental interferiu desastrosamente na sua vida, na sua formação como pessoa e em seus relacionamentos sociais, além de como a prática afetou a relação com o genitor ou genitora alienado. Vingança, revanchismo, infantilismo, baixa auto-estima, problemas de ego, entre outros distúrbios, são as causas mais comuns da alienação parental.

Segundo o psiquiatra infantil americano, Richard Gardner, a alienação parental revela-se como um situação na qual o genitor ou genitora alienador tenta afastar os filhos dos ex-companheiros por motivos egóicos e através de informações distorcidas, normalmente extrapolando o limite da realidade ao ponto de criar acusações severas de abuso sexual a fim de romper de uma vez por todas, apoiados em decisões judiciais, o vínculo dos filhos com o pai ou a mãe alienado. O alienador usa os filhos para atingir o ex-companheiro(a) como punição pela separação. Os casos de alienação crescem quando a separação ocorre pela escolha de um dos conjuges de casar-se com outra pessoa ou quando a separação ocorre por infidelidade. As crianças vítimas da alienação parental carregam para sempre os sinais desse tipo de violência, podendo desenvolver, na fase adulta, distúrbios psicossociais severos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário