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terça-feira, 9 de março de 2010

A Imprevisibilidade Previsível do Oscar

No hace falta posts sobre os ganhadors do Oscar, porque essa notícia muitos já devem ter recebido de diversas fontes na web. A mais interessante e amplamente discutida no pré e pós evento, no entanto, está no blog O Cinemtógrafo http://o-cinematografo.blogspot.com/. Mas vale a pena algumas linhas sobre a festa da Academia de Holywood, que, de tão imprevisível, se tornou previsível.

Desde a ausência de 2012, um filme que chegou arrebatando platéias e lotando cinemas já na primeira semana, com orçamento milionário e show pirotécnico de efeitos especiais, eu já previa um ano de muitas surpresas. Mas ver o trabalho multimilionário de James Cameron (vide Titanic) e recordista de bilheteria de todos os tempos Avatar perder para Guerra ao Terror, com modesto orçamento e uma diretora que podemos perguntar sem medo, "quem é ela ?" foi além das expectativas em torno das surpresas. Que Jeff Bridges passou ao largo em praticamente tudo que fez até hoje e Sandra Bullock é a queridinha da América não é surpresa. Ok. Eles parecem ter realizado o grande trabalho da vida deles no ano passado - não vi suas atuações. Mas é igualemte surpreendente ver uma ex-campeã das listas dos piores do ano ganhar de Helen Mirren e Merryl Streap, além da estreante de Precious, Gabourey Sidibe, cuja mãe, pasmem, recusou o papel de ser a mãe da própria filha no drama e seguiu tocando e cantando nas estações de metro de Nova Iorque, onde ela ganha um Oscar todos os dias.

O ponto alto da noite ficou por conta do documentário vencedor. The Cove chacoalhou os discretos japoneses e causou rebuliço na população afetada pelas imagens de suas práticas nada ecológicas - porque não dizer nada humanas. Depois do prêmio, os japoneses enlouqueceram, protestaram, se defenderam e proibiram a exibição do filme no Japão (terá sido isso mesmo ?). Foi como se eles dissessem ao mundo, "vocês não têm o direito de vir aqui e ver como somos desumanos." Por lá, parece que matar golfinhos é uma prática de fundo cultural, típica, quase um cartão postal da região. Nesse ponto, paramos e perguntamos: como o ser humano se acostuma à maldade e a transforma em idílicos culturais ? ou mesmo, como julgamos ter direito de sermos perversos ? Bem, se na Arábia se decapita a espadas em praça pública, nos Estados Unidos se pune presos, a maioria negros, com injeções letais, na China quase 10.000 chineses são condenados a morrer todos os anos com uma bala paga pela própria família, alguns deles por conta de cheques sem fundos, porque no Japão não se pode matar golfinhos culturalmente ? Mas o mundo legal (leia-se, das leis) garante, "você pode matar à vontade, desde que tenha uma boa razão para isso e esteja dentro da lei." Parem esse mundo que eu quero descer ! Hey, antes de descer assista The Cove !

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