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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Educação no Cinema II
















Neste bom exemplar de filme-pedagógico, não só para alunos mas sobretudo para professores, Hilary Swank interpreta Erin Gruwell, conhecida como professora G pelos seus alunos da sala 203, de uma instituição de ensino médio em Long Bech, Estados Unidos. Já tivemos outras histórias parecidas, como a do clássico Ao Mestre, Com Carinho e no mais recente Mentes Perigosas, com a Michelle Pfeiffer. Mas Escritores da Liberdade oferece um sobressalto a mais ou um plot diferenciado, a palavra da moda. Talvez a interpretação da Hilary também possa ser esse algo diferenciado. A história aqui afeta mais por estar mais atualizada. Não é nada fácil trabalhar como professor numa escola pública de um bairro pobre, nem nos EUA nem em qualquer outro lugar. Não pela dificuldade de educar dentro da sala de aula, mas, sobretudo, pela complexidade de oferecer uma educação que deve antes de mais nada moldar culturalmente os indivíduos, equalizá-los socialmente, reciclar suas atitudes e, enfim, oferecê-los uma melhor opção de sobrevivência às vicissitudes do meio em que vivem.















Já na obra de Gus Van Sant, Gênio Indomável, que traz a ótima parceria Damon-Williams, vemos um cérebro inteligentemente blasé, mais propenso ao descanso e à boa vida do que aos desafios do mundo acadêmico, seduzir um ingênuo professor, que se enche de esperança ao acreditar que pode recuperar o errante gênio matemático, com passagens pela polícia e inúmeros casos mal resolvidos consigo mesmo. Por isso, ele desafia terapêutas, até render-se a um deles, com quem passa a se identificar. Mas os resultados não parecem incliná-lo à carreira profissional. Ele não está nem aí para o fato de ser um gênio.















Meu Mestre, Minha Vida
não descarta a carga dramática de um cenário caoticamente social em que estão inseridos os alunos fora da escola. Agora estamos em Nova Jersey, numa escola com sérios problemas de violência e tráfico de drogas. Usando métodos pouco ortodoxos, algumas vezes violentos, o professor transforma os alunos, inclusive conseguindo que sejam aprovados no exame do final do ano realizado pelo governo estadual. Já o chinês Nenhum a Menos (ver resenha do filme em datas anteriores neste blog) fascina pelo primor com que o excelente diretor Zhou Yimou conta a história da professorinha que recebe a missão de cuidar de uma turma de alunos, de uma escola no interior da China, cujo maior desafio é não deixar com que ninguém abandone a sala de aula na ausência do professor titular. A situação precária do lugar, a falta de experiência em ensinar da professora e a pobreza campesina se tornam, enfim, ingredientes indispensáveis para fazer desse filme uma jóia rara do cinema, ao mostrar da forma mais simples que os seres humanos, em sua essência, oferecem as maiores lições de vida.

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