
O parapsiquismo é uma faculdade natural do ser humano, uma vez que vivemos multidimensionalmente. Para aquele que experimenta qualquer fenômeno paranormal, o parapsiquismo não é o mistério, mas um excelente recurso para desvendá-lo. Tampouco cabe mais ser enquadrado em teorias e nem encontra-se no limbo dos ceticismos. Contudo, além da vivência parapsíquica não ser tão comum quanto sair com os amigos, devido ao restringimento físico, ela se aniquila como consequência de crenças arraigadas, cientificismos materialistas e uma grande variedade de posturas existencialistas que não conseguem enxergar além da realidade física. É justamente nesse ponto que Os Demônios de Dorothy Mills encontra o seu plot.
Apesar de toda campanha propagandista em torno do filme, seu drama passa longe daquele visto em O Exorcista e tampouco pode ser considerado terrivelmente assustador. É apenas um filme coerente sobre paranormalidade e consequentemente bom para ser indicado, o que, para mim, já vale a sugestão. Mas o interesse da máquina de fazer medo do cinema e seu mercado de divulgação é justamente o contrário, a começar pela escolha do título em português. Lamentável se entendemos a real intenção por trás dessa escolha. Mas nem tão lamentável assim se entendermos o título para justificar o mundo da ignorância em que Dorothy vive "suas exquisitices."


Um interessante estudo sobre a hipocrisia e os preconceitos que corroem uma sociedade pode ser feito a partir do que nos mostra o filme. Por trás da intolerânia dos moradores, sobrevive um segredo tenebroso revelado no final. Muitos usam Dorothy no aquém para lhes trazer notícias de entes queridos que estão no além, em rituais conduzidos pelo padre na própria igreja do lugar! e a fachada criada pelas crendices vai aos poucos ruindo na medide em que Dorothy começa a revelar a verdade, momento em que, fazendo jus ao título, todos os demônios são libertos. Talvez assim, esse título em português faça algum sentido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário